sexta-feira, 6 de junho de 2008

O 'PARA SEMPRE' SEMPRE ACABA...

Ela acordou, olhou tudo a sua volta e sabia que era com ela. Não pelo fato de o quarto estar vazio, mas porque já estava acostumando-se com aquela rotina. A voz continuava chamando e ela não podia mais fingir que nada daquilo estava acontecendo. Era hora de dar um basta, colocar um ponto final na inquietante relação.

-Você precisa parar. - Ela disse friamente. Seus olhos não estavam trêmulos como das outras vezes. Ela estava decidida e sua face permanecia inexpressiva.

-Mas eu não posso. - A voz dele soava como um lamento, doce, baixo.

-Mas você tem! - Ela estava quase gritando. Estava impaciente e quase cruel. Os cabelos negros e compridos escorriam sobre o seu rosto e lhe davam um ar cansado, como se tivesse dormido muito pouco.

-Só que eu não sei viver sem você. O que devo fazer? - Ele choraria, se pudesse. Sua face, ao contrário da dela, mostrava total desespero. Ele realmente estava perdido. E depois, havia muito que estavam juntos, e ele não sabia mais viver sem ela, não se via sem ela. Ela, que mudara tudo, ela que fizera dele a pessoa mais feliz do mundo.

Ela o olhava, pensando no que iria dizer. Ele precisava partir e ela, que sempre o amou mais que qualquer pessoa, sofria tanto por ter que agir daquela forma. Contudo, tinha que parecer forte, como se realmente quisesse aquilo. Ela não queria. Tudo que menos queria era dizer 'adeus'.

-Você não pode ficar. Eu não te amo mais! - E como doia mentir daquela forma. Só ela sabia o quanto sentia por tudo aquilo.

Ele quis gritar. Via que agora precisava ir. Ficou parado na porta e observou com extremo pesar os últimos passos dela. Era um adeus. Ele sabia que era.

Ela se virou lentamente e seguiu para a cama outra vez, ignorando a presença dele na porta do quarto. Ela queria chorar muito e não podia. Puxou o cobertor lilás e deitou-se. Agora era para sempre.

Ele sacudiu a cabeça negativamente. A tristeza tomou conta de tudo que ele era. Tudo que viveram era passado. Ele não conseguia sequer enxergar mais um fio de cabelo negro dela. Ela o havia abandonado. Ela não o amava mais. Ele se virou e seguiu. Seguiu seu caminho, só.

Ela sentiu que ele havia partido. Ela chorou o que estava guardando. Seria melhor assim. Ela não podia mais aprisioná-lo ali. Ela entendia que ele queria ficar e ela queria que ele ficasse, mas seria egoísmo pedir isso. E ela o amava demais para ser egoísta assim. Ela sabia que todos os dias, durante toda sua vida, ela iria se lembrar dele. Ela sabia que a intensidade do que viveram venceria todas as distâncias.

Ela chorou mais e mais. Chorou dias e dias. E foi assim por anos.
Ele havia morrido. Ela precisava aceitar e respeitar a distância entre eles.
Ela continuou chorando, mas jamais deixou de amá-lo.
Sequer por um dia, uma hora, um minuto, um segundo.



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Forever young, I want to be forever young.
Do you really want to live forever?!


Beijão, beijão, beijão!
[Hahaha só porque você disse que eu lembrava de você quando escrevia isso. Agora, vou lembrar sempre! haha sua culpa!]

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