terça-feira, 13 de janeiro de 2009

O tempo é um anarquista....

Existem temperos diferentes:
são lágrimas
são risos
são medos




Eu, inutilmente, gritei. Espiei pela janela da vida e me surpreendi. Eu tentei arrancar a dor que sentia. Tentei puxá-la para fora do meu corpo, mas o máximo que consegui foi limitá-la ao choro, que aparecia descontrolado. Achei que fosse me perder e que meu futuro estivesse mais incerto do que nunca. Cheguei a acreditar, por um minuto, que não havia mais caminho a seguir.
Eu me sentei e esperei pela loucura. Esperei pelo tempo. Esperei a vida passar. Esperei pela esperança. A esperança que todo pôr-do-sol costumava me trazer, dessa vez não veio. Tudo ficou vazio e, mesmo assim, apertado. Era quase clautrosfóbico. Doia. Doia como o peso da decepção. Era o peso do sonho destruido.
Eu fiz silêncio. Nenhuma palavra podia dizer muito por mim.
Eu quis o fim.
Eu sabia que não ia acabar ali. Ainda existiam outras opções.
Eu cedi.
Eu lutei quando achei que não tinha mais forças.
Eu perdi.
Eu venci.